MORANGO
MORANGO
Originário da Europa, o morango (Fragaria vesca) começou a ser cultivado
em hortas a partir do século 15. É uma planta rasteira, que pertence à família
das rosáceas, a mesma das pêras, ameixas e maçãs. Apesar de ser perene, precisa
ser cultivada anualmente, pois sua produção cai bastante a partir do segundo
ano. A parte comestível, que chamamos de fruto, é aromática, saborosa e
vermelha. Para se desenvolver bem, o morangueiro prefere os climas temperados,
mas não suporta geadas e granizo. Para que haja um bom florescimento, e
conseqüentemente boa frutificação, é preciso que ocorram picos de frio. A
melhor época para o plantio é entre os meses de fevereiro e abril.
Os melhores solos são os areno-argilosos, fundos, bem drenados e ricos
em matéria orgânica. O plantio é feito a partir de mudas, que devem ser sadias
e de boa procedência. Uma muda de qualidade custa em média 20 centavos. A
variedade escolhida deve estar bem adaptada à região. As mais plantadas no
Brasil são a campinas, dover, sweet charles e guarani, esta última recomendada
para industrialização. Uma boa solução para o produtor é formar suas próprias
mudas. Por volta de dezembro, adquire-se as plantas matrizes, que podem ser
plantadas em tubos, vasos ou diretamente no solo. Essas matrizes vão se
multiplicar e resultar em novas mudas, que estarão prontas para o plantio a
partir de fevereiro ou março.
As mudas são plantadas com espaçamento de 30 por 24 centímetros, com
quatro linhas por canteiro. Recomenda-se o plantio de até 70 mil mudas por
hectare, mas pode-se cultivar morangos em hortas caseiras e até em vasos ou floreiras.
Antes de plantar as mudas, deve-se limpá-las, retirando as folhas secas, e
agrupá-las por tamanho.
Essa cultura exige a cobertura do solo, para que os frutos não entrem em
contato com o mesmo, evitando a proliferação de fungos. Além disso, a cobertura
mantém a umidade e controla o aparecimento de ervas daninhas. Os canteiros são
cobertos com plástico preto ou serragem grossa. O plástico é preso por arames
ou bambus, fazendo-se aberturas em forma de "x" sobre as mudas e
puxando-as para fora. A irrigação - por aspersão ou gotejamento - é muito
importante e até os 40 dias após o plantio deve ser feita diariamente, passando
depois para duas vezes por semana. O excesso de água é prejudicial, pois
favorece o aparecimento de doenças.
Posicionamento dos produtos FBA na cultura:
As pragas que mais atacam o morangueiro são as lagartas, ácaros, pulgões
e formigas.
A colheita inicia-se cerca de 60 a 80 dias após o plantio e pode durar
até seis meses. É feita manualmente e exige cuidado, pois os frutos são
bastante frágeis. Para o consumo in natura, deve-se colher os morangos antes de
amadurecerem completamente. Se o destino dos frutos for a industrialização ou a
preparação de geléias ou sucos, eles podem ser colhidos bem vermelhos. A
produção média de cada pé é de 700 gramas durante todo o período de colheita.
A cultura do morangueiro possui vastas e distintas pragas e doenças, atuando no solo e na parte aérea.Em relação a doenças e pragas que atuam no solo, existe uma vasta gama de patógenos, destacando a Phytophthora e os nematoides.
A Phytophthora possui seu desenvolvimento favorecido por solos úmidos e temperaturas altas. Seu ataque atinge a coroa da planta, causando o atrofiamento e posteriormente sua morte. Também pode atacar os frutos, causando uma necrose escura de consistência dura.
Seu controle compreende a esterilização do solo antes do plantio ou a implantação de sistemas fora de solo em substrato inerte. Mas pode ser amenizado com tratamentos químicos, fosfitos ou Trichoderma.
Os nematoides causam a formação de galhas nas raízes, a redução no crescimento, amarelecimento e murchas temporária de folhas, com redução de produtividade. Alguns nematoides também podem atacar brotos e folhas. Neste caso, os principais sintomas são folhas pequenas, deformadas e de coloração verde-escura, planta enfezada, com mÃnima ou nula produção de frutos. Seus danos podem ser tratados com utilização de tratamentos químicos e Trichoderma.

Uma a uma
As doenças e pragas que atuam na parte aérea podem ser divididas nas que atuam nas folhas, nas folhas e frutos, em frutos, na planta e nas flores.
Dentre as doenças que atuam nas folhas podemos citar a Mycospherella, que causa pequenas lesões de cor branca, circundada por um alo avermelhado. Em pequena quantidade não causam dano econômico, mas em grande quantidade provoca o amarelecimento da folha e sua senescência precoce, prejudicando o desenvolvimento da planta.
Sua disseminação depende do impacto da gota sobre a folha, e o controle ocorre com tratamentos químicos e técnicas que reduzem do impacto da gota na folha.Como pragas que atuam nas folhas, as principais são os ácaros, principalmente o ácaro rajado e a mosca-branca.
O ácaro rajado atua na parte inferior da folha, possui o sistema bucal raspador/sugador que causa danos, rompendo a epiderme das folhas, sugando o seu conteúdo, provocando o bronzeamento da folha e, desta forma, prejudicando o desenvolvimento da planta.
Seu controle ocorre com a utilização de tratamentos químicos e ácaros predadores.